De certeza que já toda a gente já jogou Jenga pelo menos uma vez na vida. É um jogo curioso, em que se parte duma torre de paralelepípedos dispostos em camadas. Cada jogador retira uma peça dalgures no meio da estrutura e coloca no topo, aumentando a altura da torre. O problema é que, à medida que a torre aumenta, a sua estabilidade diminui exponencialmente. Mais cedo ou mais tarde vem abaixo, dependendo da destreza dos jogadores.
Enfatizando a última jogada: na jogada anterior levou um golpe estrutural que a deixou à beira do colapso. O jogador sabe que muito dificilmente consegue sobreviver àquela ronda. Escolhe então entre as poucas peças que ainda pode retirar, aquela que apresenta a ínfima possibilidade de deixar a torre de pé. A torre, frágil, treme, deixando antever a desgraça. O jogador pode adiar o quanto quiser, mas vai ter que retirar uma peça. Decidindo-se, e sabendo que aplica aí o golpe de misericórdia, poderá ainda ter o reflexo de lhe deitar a mão, evitando um enorme cagaçal de pecinhas de madeira. Mas a torre vem abaixo.
Acabei de descrever um momento de tensão, que culmina no trágico colapso da construção, ao que se seguirá a aceitação da derrota. É fácil recomeçar o jogo, mas geralmente a malta precisa daquela pausa mágica para apanhar as peças e diluir a adrenalina, pausa que será proporcional à altura da torre conseguida e às expectativas por isso geradas.
Curioso jogo este, onde o objectivo não é ganhar, mas sim não perder.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
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