segunda-feira, 5 de setembro de 2011

reflexões em cascata

Deixai-me sair do meu torpor velocipédico e partilhar algo que escrevi há uns tempos, com ligeiras adaptações. Consigo identificar pelo menos três razões para publicar isto, de todo, e sobretudo hoje. Ou acredito que sim, pode ser impressão minha. Cá vai:

Adoro conduzir. É algo muito útil na vida duma pessoa, mas para mim é também um prazer, desde que bem feito.
O carro que costumo conduzir é provavelmente o carro mais fixe alguma vez criado. Carro pequeno com motor pequeno, o que faz com que tudo funcione à escala. A máquina puxa-se a si própria e outro tanto de carga. Leva tempo a acelerar, mas aguenta velocidade cruzeiro que é uma maravilha, e a gastar pouco combustível.
Toda a gente admira o carro, com mais ou menos entusiasmo. Todos têm curiosidade em experimentar, mas poucos compreendem o que é preciso para fazer dele um modo de vida.
Volta e meia até o levo para a auto-estrada, mas não faz sentido. O carro foi feito para percorrer estradas nacionais e municipais, sinuosas e esburacadas, de capota aberta e cotovelo janela fora.
Neste caso, o carro determina o modo de vida. A maior parte das pessoas prefere usar um carro rápido, seguro e confortável para circular na auto-estrada, permitindo chegar a um qualquer destino longínquo e bem definido, o mais rapidamente possível.
Eu prefiro fazer-me à estrada de janela aberta, a rapar frio, sem pressas. Para mim, importa mais a viagem. Não quero ter um destino.


- original redigido em Wysokie Mazowieckie (PL) em 8 de Agosto de 2011, quando um ciclista me desafiou para simplesmente escrever algo; adaptado para publicação