sexta-feira, 16 de abril de 2010

pelo menos eu não sei onde fica alésia

"Parlamento rejeita actualização extraordinária das bolsas de investigação "
Ou de como enquanto sociedade premiamos mediania sobre excepção.
por Miguel Caldas
Uma cáfila de idiotas, deixada, a pastar em sossego no Parlamento, tem o poder de decidir, quanto é que os elementos mais qualificados da nossa sociedade devem receber .

Este tipo de incongruência é explicado pelo tal do mandato popular que esta gente tem por virtude de terem ingressado num partido politico.
Deduzo que seja isto a que chamam democracia.

Democracia, aparentemente, é a organização social que é regida pela mesma lei que organiza a velocidade de movimentação de uma manada de herbívoros: os últimos marcam o passo da manada.

Ora se isto tem vantagens para transportar gnus pelas planícies Africanas é menos claro que benefícios trará à organização das sociedades humanas.

Na realidade o que a democracia garante é, que através do nobre objectivo de ser o mais inclusiva possível, as nossas sociedades sejam vistas sempre pelo máximo denominador comum.

Este modelo garante que a visão do mundo do "homem comum" (abstracção perniciosa) seja a prevalecente, porque se crê ser a mais representativa da sociedade.

Isto implica que o debate politico nunca se possa fazer sobre assuntos, e nos termos, que as pessoas mais inteligentes, informadas e preparadas o fariam, já que a sua condição de excepção os diferencia da maioria que é suposto ser o motor social de uma democracia.

Na verdade, de forma a garantir que o debate seja o mais abrangente possível, este tem de ser algo que interessa aos que nada sabem e que nada querem saber, por desinteresse, dificuldades económicas ou por limitação genética.

(...) Isto tudo para dizer que não é casual mas sistémico o facto dos deputados (que são uma espécie de segunda linha dos partidos, que por sua vez são uma espécie do primo estúpido de uma família que lê pouco) tenham achado por bem não aumentar as bolsas de investigação de ciência enquanto continuam a acreditar, sinceramente, que estão a combater o "brain drain"e a valorizar os recursos humanos do país.

Isto não é cinismo, é uma dificuldade cognitiva.

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