O Bloco de Esquerda anunciou esta segunda-feira que vai apresentar um projecto-lei para impedir a constituição de turmas exclusivamente constituídas ou por alunos privilegiados ou por repetentes na escola pública, como meio para combater o insucesso escolar.
No último fim-de-semana tive um jantar com ex-colegas de turma do meu 5º ano de escolaridade. Essa turma gerou malta competente e arruinados, como qualquer outra. Tínhamos um gajo com 16 anos e tudo. Claro que a turma G (esta) tinha horário de tarde e uns quantos repetentes.
Como o horário da tarde era uma valente merda para mim, que tinha de sair de casa todos os dias às 8 da manhã, o meu pai puxou uns cordelinhos e eu fui transferido para a turma B no 6º ano, e por lá fiquei. Já se notava alguma diferença, mas ainda havia um ou outro mais arruaceiro e 4 surdos, fortes personagens.
Na passagem para o 7º ano, uma turma problemática foi desfeita e partida ao meio: quem tinha uma pauta com muitos 5s, veio para a B; quem tinha uma pauta com muitos 2s, concentrou-se na D. Fodeu-se um bocado a malta da D, como é bom de ver. Fodeu-se também a B, de caminho.
A iluminada criatura responsável pela engenharia social adjacente não conhecia nenhuma das turmas, e esta manobra foi de facto reconhecida (anos mais tarde) como um esforço para criar uma "turma de excelência" com filhos de gente bem e putos mais espertos que a média. O único repetente que lá caiu era filho de docente, e a sua entrada fez-lhe bem a ele, que acalmou um bocadinho, e fez bem à turma, que amotinou um bocadinho. E isto só no 8º ano.
A saber, a turma B era de facto a turma com melhor aproveitamento na escola, mas, a nível de convivência, era uma valente merda. Havia demasiada competição pelas notas, expectativas de comportamento demasiado altas, divisões muito cavadas entre grupos de alunos, etc. Independentemente do meu relacionamento individual com os meus colegas, que é bom na maior parte dos casos (e guardo bons amigos desse tempo), eu detestava a turma B.
Tive um jantar com a malta da G. Curti milhões ver aquela malta outra vez.
Não imagino isso a acontecer com a malta da B.
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