segunda-feira, 24 de março de 2008

mete nojo

Fome. Sabem o que é? É querer comer e não poder.

Quando ouço chavões fabulásticos do género "o preço é justo se for determinado pelos agentes do mercado" arrepio-me logo. Agora no Egipto há tumulto por causa do preço do pão, inflacionado pela especulação do preço dos cereais nos mercados mundiais. Ora eu acredito que quem especula nos mercados mundiais come croissants, e não exactamente pão, mas pronto. Agora não me queiram vender o mercado livre como sendo justo, até porque isto já não é a primeira vez. E o petróleo é a mesma merda. Ele está lá, e continua a sair, e não há sítio mais seguro neste mundo que um poço de petróleo no Iraque, garanto. Já o preço do petróleo, é vê-lo a bater pontos.

Agora, porque sobe o preço do cereal? Por causa da nova tara dos biocombustíveis. Um belo exemplo de como a política e o socialmente correcto ultrapassaram a ciência. Não há qualquer garantia de que os biocombustíveis sejam menos poluentes ou sequer sustentáveis, e no entanto toda a gente foi atrás da bolinha brilhante, e colocaram uma pressão estúpida. Resultado, os cereais, em vez de darem em pão para matar a fome àqueles a quem a fome mata, deram em gota para consumo de obesos sobre rodas, com a consciência tranquila porque a gota é bio. Fidel Castro já o explicou, tinha razão, mas é mais fácil ignorar isso e chamar-lhe ditador. Se a mensagem não te agrada, ataca o mensageiro.

A solução passa por maior eficiência energética, bando de energúmenos. Isso e juntar os capitalistas todos no Campo Pequeno.

E, como se a indignação não chegasse, apresento-vos o apartheid em Israel.

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